sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O profissionalismo das egípcias




Muitas egípcias tinham uma profissão absorvente: donas de casa. Mas muitas tiveram um ofício fora da vida familiar e ocuparam importantes funções, a começar pelas grandes esposas reais que estavam à cabeça do Estado, ao lado dos faraós.





Vizir
O braço direito do casal régio era o vizir – uma espécie de primeiro ministro com múltiplas tarefas. O termo verdadeiro é tchaty "o da cortina", aquele que conhece os segredos do faraó, porque foi admitido do outro lado do véu e sabe guardar silêncio "correndo a cortina". Encarregado de executar a vontade do soberano, o vizir jurava cumprir, sem fraquejar, todos os seus deveres e devia observar uma total integridade, sob pena de ser demitido das suas funções, as quais, confirma o texto da investidura podiam ser "amargas como fel".

Uma inscrição do Antigo Império, mostra um documento de memória dos títulos de uma dama "a soberana, a senhora", que foi princesa hereditária (repat), diretora (haty-batet). O caso é raro, se conhece outra mulher que foi vizir, na 26ª dinastia, período deliberadamente inspirado na idade áurea do Antigo Império. Mas o fato não é considerado excepcional, e a inscrição particularmente não o realça.


Altas funcionárias
Na documentação poupada pelo tempo e pelas destruições, descobrimos que uma mulher podia ser governadora de uma província, de uma cidade ou de uma circunscrição administrativa o que implicava um importante trabalho à frente de um pessoal numeroso. Podia tranquilamente ser inspetora do Tesouro, superiora das estofas e da casa da tecelagem, dos cantores e dos bailarinos, das salas das perucas. A exceção do exército, estavam abertos quase todos os setores de atividade que caracterizavam a civilização faraônica.

Fonte: 'As egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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