sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amarna

Amarna, El Amarna ou Tell el-Amarna é o nome atual em árabe de uma localidade que funcionou como capital do Antigo Egito durante o reinado do faraó Akhenaton (também Amen-hotep IV ou Amenófis IV), designada como Akhetaton "O Horizonte de Aton". Está situada na margem oriental do rio Nilo na província egípcia de Al Minya, a cerca de 312 km a sul da cidade do Cairo.




História
Akhenaton, faraó da XVIII Dinastia egípcia, decidiu pouco tempo depois de subir ao trono, introduzir mudanças religiosas que faziam do deus Aton a única divindade digna de receber culto. Para alguns, ele teria sido o primeiro a professar o monoteísmo. Após instituir o culto à Aton como sendo o único culto permitido em todo seu reino, Akhenaton ordenou sistemática destruição aos templos dos demais deuses egípcios, em especial Amon, já que seus sacerdotes e preceptores eram seus maiores rivais, ao nível político e religioso.

O faraó decidiu fundar uma nova cidade que funcionasse como sede para o novo culto religioso, tendo escolhido uma região entre Mênfis e Tebas, duas importantes cidades do Antigo Egito. Akhenaton declarou que tinha sido o próprio deus Aton a informar-lhe o local onde deveria ser construída a nova cidade. A cidade tinha uma extensão de 14 km ao longo da margem do Nilo com 13 km de largura. A cidade estava limitada por várias estelas (catorze) que simbolicamente limitavam o espaço da cidade sagrada. Com a morte de Akhenaton, a cidade deixou de ser capital, sendo essa novamente Tebas.


A Cidade
Amarna estava dividida em vários setores que estavam ligados por uma avenida paralela ao rio, designada nos textos como "Caminho Real". Era neste caminho que Akhenaton e Nefertiti passeavam no carro perante os seus súditos, acompanhados pela comitiva real.

  • O bairro norte – estava estruturado em torno de um palácio cercado por uma muralha que servia como residência do soberano, o Palácio da Margem Norte.

  • O bairro central

  • Grande Templo de Atono grande Templo de Aton, orientado no sentido este-oeste, estava cercado por uma muralha de 760 m x 290 m. Ao contrário de outros templos egípcios não era coberto por um telhado devido à própria natureza do deus Aton, que não habitava numa estátua situada numa sala escura do templo, mas que se manifestava através dos raios solares. A entrada principal era formada por 2 pilones que conduziam a um edifício chamado Per Hai. Seguiam-se 6 pátios ao ar livre, que formavam o Gem Aten, o lugar onde Aton morava. Este edifício tinha 365 altares quadrangulares construídos em pedra que serviam para se realizarem a oferendas a Aton, estando o número relacionado com o número de dias do calendário egípcio.


– Cronologia das investigações

  1. 1714: Claude Sicard, um jesuita francês, é o primeiro a descrever uma estela fronteiriça de Amarna.
  2. 1798: O grupo de "sábios" da expedição de Napoleão ao Egito elabora o primeiro mapa de Amarna, mais tarde publicado na Description de l'Égypte entre 1821 e 1830.
  3. 1824: Sir John Gardiner Wilkinson explora e cartografa as ruínas da cidade.
  4. 1833: O copista Robert Hay e G. Laver visitam a localidade e descobrem vários dos túmulos da região sul, gravando os baixos-relevos. As cópias dos baixos-revelos permaneceram durante muito tempo British Library sem serem por publicadas.
  5. 1843 e 1845: A expedição da Prússia liderada por Karl Richard Lepsius faz o registo dos monumentos e da topografia de Amarna em duas visitas distintas num período total de doze dias. Os resultados são publicados entre 1849 e 1913 na obra Denkmäler aus Ægypten und Æthiopien.
  6. 1887: Uma mulher de Amarna descobre acidentalmente cerca de 400 tabuinhas de barro com inscrições cuneiforme. Estas tabuinhas são hoje denominadas de "Cartas de Amarna" e eram correspondência diplomática do tempo de Akhenaton.
  7. 1891–1892: Sir Flinders Petrie trabalha durante uma época em Amarna, num trabalho independente em relação ao Fundo de Exploração Egípcia. Petrie realizou escavações na região central da cidade, tendo investigado o Grande Templo de Aton, o Grande Palácio, a Casa do Rei, o Arquivo de Registos e casas privadas.
  8. 1903–1908: Norman de Garis Davies publica desenhos e fotografias dos túmulos privados e das estelas fronteiriças.
  9. 1907–1914: Liderada por Ludwig Borchardt, a Deutsche Orientgesellschaft (Sociedade Oriental Alemã) escava as regiões norte e sul da cidade. É descoberto o famoso busto de Nefertiti, agora em Berlim, entre outros objetos que pertenciam ao atelier do escultor Tutmés. O começo da Primeira Guerra Mundial em agosto 1914 põe fim às escavações alemãs.
  10. 1921–1936: A Sociedade Egípcia de Exploração realiza escavações em Amarna sob a direção de T.E. Peet, Sir Leonard Woolley, Henri Frankfort e John Pendlebury. As novas investigações centram-se nos edifícios reais e religiosos.
  11. 1960: A Organização Egípcia das Antiguidades realiza um conjunto de escavações em Amarna.
  12. 1977–presente: A Sociedade Egípcia das Antiguidades regressa às escavações em Amarna, agora sob a direção de Barry Kemp.
  13. 1980: Uma segunda exploração de duração mais curta liderada por Geoffrey Martin descreve e copia os baixos-relevos do túmulo real, tendo as descobertas sido publicadas com objetos que se julga serem oriundos do túmulo.





Origem: Wikipédia

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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