sábado, 29 de agosto de 2009

Ptah-hotep


Funcionário no antigo Egito, durante o século XXV/ XXIV a.C , era o administrador da cidade e primeiro-ministro durante o reinado de Djedkaré Isesi na 5ª Dinastia. Tinha um filho chamado Akhethotep, que também era um vizir. Ele e seus descendentes foram sepultados em Saqqara. Seu túmulo está localizado em uma mastaba no norte de Saqqara, seu neto Ptah-hotep Tshefi, que viveu durante o reinado de Unas, foi enterrado na mastaba de seu pai. O seu túmulo é famoso por suas representações pendentes. (fig. ao lado de sua mastaba)


O Ensinamento de Ptah-hotep é um texto do Antigo Egito cujo autoria é atribuída a Ptah-hotep, vizir do rei Djedkaré Isesi da 5ª dinastia. Em português é possível ainda encontrar outros títulos para a composição, como:
  • Instrução de Ptah-hotep ou
  • Máximas de Ptah-hotep
Os ensinamentos atribuídos a este vizir encontram-se registados de forma completa no Papiro Prisse – assim chamado devido ao egiptólogo francês Émile Prisse d'Avennes, que o encontrou na necrópole de Tebas no século XIX, datado do Império Médio (cerca de 1900 a.C) e que se encontra na Biblioteca Nacional da França.

Há ainda mais dois papiros que possuem fragmentos do texto e que se encontram no Museu Britânico, datando do Império Médio e do Império Novo respectivamente; para além disso, a tábua Carnavon I no Museu Egípcio do Cairo possui igualmente um fragmento.

Segundo o texto, Ptah-hotep, já de idade avançada, solicita ao rei a possibilidade de retirar-se do cargo. Ptah-hotep solicita igualmente que o seu filho o substitua, algo habitual na sociedade egípcia, onde se espera que o filho seguisse a profissão do pai. O rei aceita a proposta de Ptah-hotep, mas este deve transmitir os seus conhecimentos sobre a vida ao filho, o que funcionará como uma espécie de testamento moral.

O texto divide em:
  1. prólogo (no qual Ptah-hotep se apresenta perante o rei pedindo a sua reforma),
  2. ensinamentos (37 máximas) e
  3. epílogo

As máximas não seguem nenhuma ordem lógica, caracterizando por serem curtas e simples. Alguns investigadores duvidam que Ptah-hotep, personagem histórico de existência comprovada (viveu em meados do século XXV/XXIV a.C), seja realmente o autor do texto. É provável que este tenha sido apresentado como seu autor para conferir maior autoridade aos ensinamentos. De acordo com Miriam Lichteim, especialista em literatura do Antigo Egito, o texto foi composto na parte final da 6ª dinastia.


Algumas Máximas:

"Grande é a Lei (Maat)." (p. 24)

"A raça humana nunca realiza nada. É o que Deus ordena que seja feito." (p. 41)

"Se você trabalhar duro, e se o crescimento acontece como deveria nos campos, é porque Deus tem colocado abundância em suas mãos." (p. 74)

"Só falar quando você tem algo importante a dizer." (p. 79)

"Uma mulher com o coração feliz traz equilíbrio." (p. 107)

"O amor a sua esposa com paixão." (p. 107)

"Tal como para aqueles que acabam continuamente cobiçar mulheres, nenhum dos seus planos terão sucesso". (p. 108)

"Como é maravilhoso um filho que obedece ao seu pai!" (p. 112)

"Portanto, não coloque toda a confiança em seu coração na acumulação de riquezas, pois tudo que você tem é um dom de Deus." (p. 126)

"Aquele que tem um grande coração tem um dom de Deus. Aquele que obedece ao seu estômago obedece ao inimigo". (p. 140)

"Se desejas um comportamento perfeito, livre de todo o mal, guarda-te contra o vício da ganância, uma doença maligna sem cura, não há tratamento para ela. Ela põe em desavença pais, mães e os irmãos da mãe; separa a esposa do marido. É um conjunto de todos os males, um feixe de todas as coisas detestáveis. Um homem perdura, se sua conduta é correta e anda em uma linha reta. Ele fará um testamento a partir disso, mas o avarento não tem túmulo".
Instrução 19 (D298)
P. Prisse, col. 9, linha 13 até col. 10, linha 5
(ou linhas 235-48)


Origem: Wikipédia

Um comentário:

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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