quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Os quatro filhos de Horus

Deuses ligados ao culto funerário, responsáveis por ajudar o defunto na viagem para o Além


vasos canopos


Filhos de Hórus é a designação dada a quatro deuses do Antigo Egito:
  1. Imseti,
  2. Hapi,
  3. Duamutef e
  4. Kebehsenuef.
Estes deuses estavam estritamente ligados ao culto funerário, não tendo sido alvo de nenhum culto em templos. Pouco se sabe sobre a origem destes deuses, que já eram vistos como filho do deus Hórus desde a época do Império Antigo. Nos Textos das Pirâmides são mencionados 14 vezes, sendo responsáveis por ajudar o defunto na sua viagem para o Além. No Livro das Portas colocam correntes nas serpentes aliadas de Apopi, o inimigo de Ré, que quer destruir a barca solar onde o deus viaja. Alguns textos referem-se a eles como estrelas, surgindo os seus nomes nas listas de estrelas da época do Império Novo. Cada um deste deuses era visto como o guardião de um dos órgãos internos do falecido. Durante o processo de mumificação os órgãos internos eram retirados e colocados nos chamados vasos canópos. A partir da 18ª Dinastia a tampa destes vasos passou a reproduzir a cabeça destes deuses (anteriormente reproduzia-se a face idealizada do defunto). Cada deus estava também associado a um ponto cardeal e a uma deusa.

  • Imseti – cabeça de homem, guardava o fígado, ponto cardeal o Sul, deusa titular: Ísis
  • Hapi – cabeça de babuíno, guardava os pulmões, ponto cardeal o Norte, deusa titular: Néftis
  • Duamutef – cabeça de chacal, guardava o estômago, ponto cardeal o Este, deusa titular: Neit
  • Kebehsenuef – cabeça de falcão, guardava os intestinos, ponto cardeal o Oeste, deusa titular: Serket


As divindades eram também relacionadas com o deus Osíris, presidindo ao ato de pesagem do coração (psicostasia) na "Sala das Duas Verdades", segundo uma passagem do Livro dos Mortos. Neste caso era representados de outra maneira, com os seus corpos com forma de múmia, em pé sobre uma flor de lótus.




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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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