sábado, 29 de agosto de 2009

Ptah-hotep


Funcionário no antigo Egito, durante o século XXV/ XXIV a.C , era o administrador da cidade e primeiro-ministro durante o reinado de Djedkaré Isesi na 5ª Dinastia. Tinha um filho chamado Akhethotep, que também era um vizir. Ele e seus descendentes foram sepultados em Saqqara. Seu túmulo está localizado em uma mastaba no norte de Saqqara, seu neto Ptah-hotep Tshefi, que viveu durante o reinado de Unas, foi enterrado na mastaba de seu pai. O seu túmulo é famoso por suas representações pendentes. (fig. ao lado de sua mastaba)


O Ensinamento de Ptah-hotep é um texto do Antigo Egito cujo autoria é atribuída a Ptah-hotep, vizir do rei Djedkaré Isesi da 5ª dinastia. Em português é possível ainda encontrar outros títulos para a composição, como:
  • Instrução de Ptah-hotep ou
  • Máximas de Ptah-hotep
Os ensinamentos atribuídos a este vizir encontram-se registados de forma completa no Papiro Prisse – assim chamado devido ao egiptólogo francês Émile Prisse d'Avennes, que o encontrou na necrópole de Tebas no século XIX, datado do Império Médio (cerca de 1900 a.C) e que se encontra na Biblioteca Nacional da França.

Há ainda mais dois papiros que possuem fragmentos do texto e que se encontram no Museu Britânico, datando do Império Médio e do Império Novo respectivamente; para além disso, a tábua Carnavon I no Museu Egípcio do Cairo possui igualmente um fragmento.

Segundo o texto, Ptah-hotep, já de idade avançada, solicita ao rei a possibilidade de retirar-se do cargo. Ptah-hotep solicita igualmente que o seu filho o substitua, algo habitual na sociedade egípcia, onde se espera que o filho seguisse a profissão do pai. O rei aceita a proposta de Ptah-hotep, mas este deve transmitir os seus conhecimentos sobre a vida ao filho, o que funcionará como uma espécie de testamento moral.

O texto divide em:
  1. prólogo (no qual Ptah-hotep se apresenta perante o rei pedindo a sua reforma),
  2. ensinamentos (37 máximas) e
  3. epílogo

As máximas não seguem nenhuma ordem lógica, caracterizando por serem curtas e simples. Alguns investigadores duvidam que Ptah-hotep, personagem histórico de existência comprovada (viveu em meados do século XXV/XXIV a.C), seja realmente o autor do texto. É provável que este tenha sido apresentado como seu autor para conferir maior autoridade aos ensinamentos. De acordo com Miriam Lichteim, especialista em literatura do Antigo Egito, o texto foi composto na parte final da 6ª dinastia.


Algumas Máximas:

"Grande é a Lei (Maat)." (p. 24)

"A raça humana nunca realiza nada. É o que Deus ordena que seja feito." (p. 41)

"Se você trabalhar duro, e se o crescimento acontece como deveria nos campos, é porque Deus tem colocado abundância em suas mãos." (p. 74)

"Só falar quando você tem algo importante a dizer." (p. 79)

"Uma mulher com o coração feliz traz equilíbrio." (p. 107)

"O amor a sua esposa com paixão." (p. 107)

"Tal como para aqueles que acabam continuamente cobiçar mulheres, nenhum dos seus planos terão sucesso". (p. 108)

"Como é maravilhoso um filho que obedece ao seu pai!" (p. 112)

"Portanto, não coloque toda a confiança em seu coração na acumulação de riquezas, pois tudo que você tem é um dom de Deus." (p. 126)

"Aquele que tem um grande coração tem um dom de Deus. Aquele que obedece ao seu estômago obedece ao inimigo". (p. 140)

"Se desejas um comportamento perfeito, livre de todo o mal, guarda-te contra o vício da ganância, uma doença maligna sem cura, não há tratamento para ela. Ela põe em desavença pais, mães e os irmãos da mãe; separa a esposa do marido. É um conjunto de todos os males, um feixe de todas as coisas detestáveis. Um homem perdura, se sua conduta é correta e anda em uma linha reta. Ele fará um testamento a partir disso, mas o avarento não tem túmulo".
Instrução 19 (D298)
P. Prisse, col. 9, linha 13 até col. 10, linha 5
(ou linhas 235-48)


Origem: Wikipédia

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Escravos no Egito faraônico?


Não é fácil apagar a imagem que no Egito antigo havia escravidão. A influência exercida por filmes como Os Dez Mandamentos foi muito forte, e muitas pessoas acreditam que as pirâmides foram construídas às custas de sofrimento de milhares de escravos. No antigo Egito nenhum ser humano era considerado objeto sem alma.

Devido a um erro de tradução. O termo hem geralmente traduzido por "escravo", nunca teve esse sentido. Pois, hem significa "servo", e aplica-se primeiro ao faraó – na sua qualidade de servo das divindades. Do ponto de vista egípcio:
  • servir – é um ato nobre, e não servil, por isso nas moradas eternas eram colocadas estatuetas de servos e servas, associado à ressurreição do amo e senhor.
As grandes damas comandavam uma casa com numerosas servas, algumas muito jovens. Havia núbias e asiáticas entre elas, sobretudo a partir do Novo Império. Quando era preciso mulheres de condição modesta também podiam recorrer a profissionais do serviço da casa ou da sua manutenção, que alugavam as suas habilidades por um determinado período. Todas as servas podiam possuir bens e terras e legá-los livremente aos seus filhos.

  • O trabalho alugado – era prática corrente no Egito.
  • A corvéia – forma de requisição de trabalhadores nas grandes obras ou nas vastas explorações agrícolas em certos períodos.
As pessoas que trabalhavam como criados eram pagas por sua competência, as tarifas eram livres. O único caso de trabalho obrigatório, não livre, era para os prisioneiros de guerra. Uma vez adquirida a liberdade, muitos ex prisioneiros integravam-se na sociedade egípcia.

Até o fim da civilização faraônica, existiu uma forma particular de "servidão" voluntária:
– a dedicação ao culto de uma divindade e a filiação a uma comunidade sagrada.

O Egito faraônico não foi uma civilização da escravatura e da servidão, mas sentiu um profundo respeito pelo ato de servir, como testemunho da primeira máxima do ensinamento do sábio Ptah-hotep:

Uma palavra perfeita é mais rara do que a pedra verde, e contudo encontramo-la junto das servas que trabalham na mó.


Origem: 'A Egípcias' de Christian Jacq

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Os quatro filhos de Horus

Deuses ligados ao culto funerário, responsáveis por ajudar o defunto na viagem para o Além


vasos canopos


Filhos de Hórus é a designação dada a quatro deuses do Antigo Egito:
  1. Imseti,
  2. Hapi,
  3. Duamutef e
  4. Kebehsenuef.
Estes deuses estavam estritamente ligados ao culto funerário, não tendo sido alvo de nenhum culto em templos. Pouco se sabe sobre a origem destes deuses, que já eram vistos como filho do deus Hórus desde a época do Império Antigo. Nos Textos das Pirâmides são mencionados 14 vezes, sendo responsáveis por ajudar o defunto na sua viagem para o Além. No Livro das Portas colocam correntes nas serpentes aliadas de Apopi, o inimigo de Ré, que quer destruir a barca solar onde o deus viaja. Alguns textos referem-se a eles como estrelas, surgindo os seus nomes nas listas de estrelas da época do Império Novo. Cada um deste deuses era visto como o guardião de um dos órgãos internos do falecido. Durante o processo de mumificação os órgãos internos eram retirados e colocados nos chamados vasos canópos. A partir da 18ª Dinastia a tampa destes vasos passou a reproduzir a cabeça destes deuses (anteriormente reproduzia-se a face idealizada do defunto). Cada deus estava também associado a um ponto cardeal e a uma deusa.

  • Imseti – cabeça de homem, guardava o fígado, ponto cardeal o Sul, deusa titular: Ísis
  • Hapi – cabeça de babuíno, guardava os pulmões, ponto cardeal o Norte, deusa titular: Néftis
  • Duamutef – cabeça de chacal, guardava o estômago, ponto cardeal o Este, deusa titular: Neit
  • Kebehsenuef – cabeça de falcão, guardava os intestinos, ponto cardeal o Oeste, deusa titular: Serket


As divindades eram também relacionadas com o deus Osíris, presidindo ao ato de pesagem do coração (psicostasia) na "Sala das Duas Verdades", segundo uma passagem do Livro dos Mortos. Neste caso era representados de outra maneira, com os seus corpos com forma de múmia, em pé sobre uma flor de lótus.




terça-feira, 25 de agosto de 2009

Neter





Neter é uma palavra em egípcio sem tradução exata. A antiga religião egípcia, diferente do que muitos pensam, cultua apenas um único deus. Sendo este supremo, eterno, imortal, onisciente, onipresente e onipotente. Mas este deus aparece de várias formas e aspectos, os Neteru (plural de Neter no masculino e Netert no feminino).






Exemplo: a «água» que sendo líquida, sólida ou gasosa continua sendo água.

Dessa forma os Neteru tem sua própria personalidade, ações e são cultuados, também podem ser ditos como informações ou pistas para conhecer deus.

Exemplo: se é nos informado apenas o nome de alguém, não temos o mínimo conhecimento desse, mas quanto mais pistas e informações sobre ele, melhor o conhecemos.

Desse modo os arqueólogos e egiptólogos que estudaram sobre a antiga religião egípcia, traduziram neteru como deuses e deusas, dando totalmente a informação errônea de que tais são forças independentes.


Antiga religião egípcia

  1. Princípios cósmicos – Deus • Neter
  2. Neteru primordiais – Nun • Atum • Amon • Aton • Rá • Ka • Ptah
  3. Neteru geradores – Chu • Tefnut • Geb • Nut
  4. Neteru da primeira geração – Osíris • Ísis • Seth • Néftis
  5. Neteru da segunda geração – Hórus • Hathor • Toth • Maat • Anúbis • Anuket • Bastet • Sokar
  6. Outros neteru – Mafdet • Nekhbet • Serket • Sobek • Meretseguer • Iah • Montu • Uadjit • Bes • Hapi
  7. Animais sagrados – Ápis • Ammit • Mnévis • Benu
  8. Humanos deificados – Amen-hotep • Imhotep
Origem: Wikipédia

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mulheres no campo

A mulher podia possuir, dirigir e gerir um domínio agrícola; e com isso ser dispensada dos trabalhos pesados. Limpar o trigo e moer, eram trabalhos muitas vezes atribuídos à mulher, que manejava o crivo – uma espécie de pá oval.




Debruçadas para frente, as moedeiras levantam alto o seu instrumento para o trigo cair longe delas. Depois de formado um monte, aparecem as peneireiras que eliminam as impurezas. Varredoras estão encarregadas de limpar o terreno e de varrer a palha. É necessário moer várias vezes. Esses trabalhos não estava estritamente reservados às mulheres, podiam ser confiados a homens também.


As mulheres também participavam, mas de maneira modesta, nas vindimas – colhendo as uvas, e apreciavam também aos bons vinhos.
Guardiã do jardim – vigilância, jardinar que era considerado um trabalho duro, necessário uma irrigação cotidiana e repetitiva. Os jardineiros sentiam dores no pescoço de carregarem os baldes de água, pendurados nas extremidades dos paus.

Os trabalhos agrícolas prosseguem no outro mundo. Os uchebtis "os que respondem" – figurinhas mágicas ativadas por quem conhece as fómulas mágicas para os animar. Em certos casos, os ressuscitados continuam a manejar a charrua, a lavar e a ceifar, mas estão sorridentes e serenos, envergando imaculadas vestes brancas.

imagem de árvores e arbustos, encontrada no túmulo de Senedjem em Deir el–Medina

É assim que no pequeno mais magnífico túmulo de Senedjem, em Deir el-Medina, vemos o marido ceifar as espigas de trigo, ao mesmo tempo em que a mulher as apanha e as coloca num cesto. Ceifeira feliz, os campos da eternidade têm para ela o sabor do paraíso.





































Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A rainha Ísis



Cada parte do corpo de Osíris deu origem a uma província, e assim todo o Egito foi assimilado ao seu ressuscitado esposo, animando a totalidade do país. Ísis sentia-se, em toda parte como na sua própria casa.


Por isso quando percorremos o Egito, descobrimos 3 lugares particularmente ligados a Ísis, de norte para sul:


  1. Behbeit el-Hagar – no Delta, é um local desconhecido dos turistas. Num labirinto de ruelas, o que resta do templo de Ísis, é um monte de enormes blocos de granito ornado com cenas rituais. Onde já foi um templo colossal.
  2. Dendera – lugar simbolicamente dedicado ao nascimento de Ísis, no Alto Egito. O santuário está praticamente preservado. Existem ainda o templo coberto e o mammisi (templo do nascimento de Hórus), e um pequeno santuário, onde segundo os textos, Ísis veio ao mundo com uma pele rosada e uma cabeleira negra. Foi a deusa dos céus que lhe deu vida, enquanto Amon, o princípio oculto, e Chu, o ar luminoso, lhe concediam o sopro vital.
  3. Filas – fronteira meridional do Antigo Egito , ilha-templo de Ísis; ali viveu a derradeira comunidade iniciática egípcia, aniquilada por cristãos fanáticos. Ameaçados de destruição pela inundação (a grande barragem de Assuã) os templos de Filas foram desmontados pedra por pedra e reconstruídos numa pequena ilha vizinha. A «pérola do Egito» foi salva da águas. De acordo com a vontade dos egípcios, os ritos continuam a ser celebrados graças aos hieróglifos gravados na pedra.

A eternidade de Ísis
Vitoriosa sobre a morte, sobreviveu à extinção da civilização egípcia, desempenhando um importante papel no mundo helenístico até o século V. Seu culto espalhou-se por todos os países da bacia mediterrânea e mais além. Tornou-se protetora de várias confrarias iniciáticas, que a consideraram o símbolo da onisciência, detentora do segredo da vida e da morte, capaz de assegurar a salvação dos seus fiéis. Ísis foi durante muito tempo uma temível concorrente do cristianismo. Aliás, se dissimulou Ísis sob as vestes da Virgem Maria, tomando o nome de "Nossa Senhora" a qual tantas catedrais e igrejas foram dedicadas.

Ísis, modelo de mulher egípcias
Uma civilização molda-se de acordo com um mito ou um conjunto de mitos. No mundo judaico-cristão, Eva é pelo menos suspeita e daí o inegável e dramático estado espiritual das mulheres modernas que se regem por esse tipo de crença. No universo egípcio não acontece, pois a mulher não era fonte de nenhum mal ou deturpação. Ao contrário, através da grandiosa figura de Ísis, que enfrentava as piores provações e descobria o segredo da ressurreição. Modelo das rainhas, foi também modelo das esposas, das mães e das mulheres mais humildes. Aliada à fidelidade, uma indestrutível coragem perante a adversidade, uma intuição fora do comum e uma capacidade fantástica para penetrar nos mistérios. A sua busca servia de exemplo a todas quantas procuravam viver a eternidade. (ver também: Ísis)





Ísis, criadora do universo, soberana do céu e das estrelas, senhora da vida, regente das divindades, maga de excelentes conselhos. Sol feminino que tudo marca com o seu selo, os homens vivem às tuas ordens, sem o teu acordo nada se faz.






Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Dar à luz

De acordo com o Papiro Westcar, a dama Red-Djedet, foi uma mãe extraordinária, gerou 3 faraós da 5ª dinastia, esposa de Ra-user "Ra é poderoso". A partir desta dinastia todos os faraós passam a chamar-se "filhos de Ra (a Luz divina)".

Dar à luz, em egípcio antigo "liberta-se" "sair do corpo" "vir à Terra". Para esse grande acontecimento:
  1. o cabelo da parturiente era amarrado,
  2. ungia seu corpo com óleo a fim de distender a carne
  3. injetavam na vagina líquidos à base de plantas medicinais

O pavilhão do nascimento
Onde deve ocorrer o parto, conforme diz nos papiros: fora lá que Ísis parira Hórus.

Uma representação em Der el-Medina dá uma idéia do pavilhão:
  • construção leve
  • colunas de madeira com forma de hastes de papiro simbolizando o Pântano primordial
  • nas paredes há trepadeiras
  • decorações de Bes – o jovem anão músico; e Tueris – a mulher-hipopótamo, também encarregada de retirar "as águas do nascimento; ambos deuses dos partos
  • há um leito, almofadas, tecidos, tamboretes, espelho, objetos de toalete, marfins mágicos e a cadeira do nascimento, ou os quatro tijolos(*) com a mesma função
A parturiente está nua e despenteada, e livre de todos os nós que possam entravar o nascimento.

As parteiras e o nascimento
As parteiras ajudam a parturiente a acocorar-se em cima de uma esteira ou sobre os tijolos e em certos casos utiliza-se a cadeira de parto – com uma altura de 30cm, de madeira pintada de branco. A deusa Meskhenet encarna nessa cadeira e contribui para fixar o destino do recém-nascido.

cadeira de parto

As parteiras são consideradas encarnações da deusa abutre Nekhbet, ligada à maternidade e protetora do faraó. A criança deve ser formalmente agarrada pela parteira, à imagem das garras do abutre que segura a presa e não larga mais. Segurando a parturiente pelas costas, pronuncia fórmulas encantatórias, uma outra cortará o cordão umbilical, levará o bebê a mãe e depois o deitará num confortável leito. Em certos casos oferece ao bebê um pedaço de placenta esmagada com leite, se vomitar «MORRERÁ»; se absorver «VIVERÁ» . O primeiro grito do recém-nascido é muito esperado, se dizia ny «VIVERIA» e se dizia emby «MORRERIA»

Quando era impossível a saída da criança por via natural, recorria-se à cirurgia, que parece ter sido notável nesse campo.

Os mammisis(**)
Cada recém-nascido é um Hórus ressuscitado. Nele se afirma um desejo de harmonia, que poderá ser corroborado ou traído pelo seu caráter. Hórus nasce num templo especial, o mammisi, de que se conservam vários exemplos em Dendera e Edfu. As paredes desses templos, ressoam alegres cânticos e jubilosas músicas, revestidas de finas folhas em ouro coladas sobre estuque. Um grande leito espera a parturiente, por baixo vacas de origem celeste garantem fecundidade e amamentação. Vinte e nove deusas Hathor tocam tamboril, enquanto sete potências masculinas (kau) e sete potências femininas (hemuset) asseguram a formação espiritual e física da criança.

............mammisi em Filaé............................................mammisi em Edfu

o deus Ptah esculpe-a
o deus Khnum molda-a
a deusa Sechat inscreve seus anos de existência na árvore da vida

O ritual encontra-se presente nas paredes do templo de Luxor, onde podemos ver o parto de Mutemuia, a mãe de Amenhotep III, ritual que remonta talvez às mais antigas dinastias.


____________________
(*) os quatro tijolos – são a encarnação de quatro deusas: a grande Nut (o céu); a mais velha Tefnut (polaridade feminina do 1º casal); a bela Ísis e a excelente Néftis.

(**) mammisi – palavra criada por Champollion, deriva do egípcio antigo per-meset, que significa "lugar de nascimento".
______________

Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Miquerinos

Sucedendo a Quéfren, sobe ao trono por volta de 2490 a.C , tendo reinado por quase 20 anos. Várias estátuas conservadas no Museu de Boston, ele aparece em companhia de sua esposa. Mas sobre seu reinado não temos muita informação, a não ser as indicadas por Heródoto.

Sua pirâmide – a terceira do planalto de Gizé, é bem menor que a dos seus 2 antecessores, atingindo pouco mais de 70 m de altura, e o conjunto funerário não se encontra terminado. Cada lado da base desse monumento mede 108 m e 66 cm, perfazendo uma área ocupada de 11 mil e 807 m2. As 16 carreiras inferiores da pirâmide são revestidas de granito vermelho, polido em algumas delas e em estado bruto em outras, e as demais de pedra calcária polida. Os antigos egípcios deram-lhe o nome de Neter Men-kau-Re, divino é Miquerinos, ou Neteret, a divina.

Foi encontrado um grande número de estátuas e estatuetas, a maioria das quais representa o faraó Miquerinos sozinho ou como membro de um grupo. No templo do vale, por exemplo, foram encontrados quatro lindos conjuntos esculpidos em ardósia, representando o rei, a deusa Hátor e uma divindade protetora de um dos nomos em que se dividia o país. Na ilustração que se vê ao lado, o rei, usando a coroa do Alto Egito, a barba postiça e a veste real, aparece entre Hátor e a divindade local que simbolizava o 7º nomo do Alto Egito. Outras obras de arte encontradas foram uma estátua de ardósia representando o faraó e a rainha principal, Khamerernebty II, e 15 estátuas inacabadas do rei. Estimativas, feitas com base nos fragmentos de esculturas descobertos no complexo piramidal de Miquerinos, levam a crer que lá existiriam entre 100 e 200 estátuas separadas.

Ao sul do monumento estão enfileiradas três pirâmides subsidiárias que, ao que tudo indica, jamais foram concluídas. A maior, e cuja construção mais avançou, é revestida parcialmente de granito. As outras duas não chegaram até a fase do acabamento. Junto à face leste de cada uma delas há um pequeno templo funerário. Edificados com tijolo, provavelmente foram erguidos por Shepseskaf após a morte do pai. Não existem indícios de a quem pertenciam tais pirâmides. Pelo tamanho, é provável que a maior se destinasse ao sepultamento da rainha Khamerernebty II. Em outra foi encontrado um pequeno sarcófago de granito, contendo alguns ossos humanos aparentemente de uma mulher moça, o que leva a supor que teria sido o túmulo de uma princesa ou rainha jovem. Desconhecemos totalmente a quem se destinava a terceira pirâmide.

Nada confirma uma crise durante seu reinado. A sua pirâmide testemunha inovação no que se refere ao revestimento, que é em granito até 1/3 da altura, depois em calcário. Tal como as outras 2 pirâmides, situa-se ao norte. Na câmara funerária situada sob o monumento é inteiramente construída em granito, um sarcófago em basalto, cuja tampa, decorada como a fachada de um palácio. O sarcófago de Miquerinos, destinado ao Museu Britânico, nunca chegou lá, o barco de transporte naufragou desaparecendo para sempre.

Fonte: Wikipédia e geocities.com

Quéfren

Quéfren não sucedeu diretamente a Quéops, entre eles existe o reinado de Djedefre (2528 a 2520). Segundo Mâneton, Quéfren reinou (2520 a 2494 a.C.), por 66 anos, mas a crítica histórica atual lhe atribui 26 anos de reinado. Resta apenas deste faraó uma estátua de dorita vinda do templo do vale da sua pirâmide de Gizé, onde o rei encontra-se sentado no seu trono. O rosto demonstra uma total serenidade, sobre a nuca pousou o falcão Hórus, que protege o rei com as suas asas abertas.
Nenhum acontecimento histórico importante parece marcar o seu reinado. Segundo Heródoto, ele teria sido como Quéops, um tirano:

"Durante todo esse tempo, os santuários fechados não teriam sido abertos. A aversão que os egípcios têm por estes reis levaram-nos a não querer citá-los, chegam mesmo a dar às pirâmides o nome do pastor Filitis, que naquele tempo pastoreava o seu gado nessa região". (Histórias, II, 127-128)
O conjunto dessa informação é falso e testemunha um estranho desejo de manchar a memória dos construtores das pirâmides.



A pirâmide de Quéfren
É quase tão alta quanto a de Quéops, mas mede 15 m a menos na base e tem uma inclinação mais íngreme. No vértice, o revestimento de calcário encontra-se quase que intacto. Um mestre de obras de Ramsés II, trabalhou no local:
  • Para uns – restaurou a pirâmide.
  • Para outros – utilizou os blocos de granito para construir os envasamentos de um templo de Ptah, em Mênfis, fazendo da pirâmide de Quéfren uma pedreira.

A disposição interna do templo funerário (ou templo baixo) é composta por:
  1. dois corredores, correspondente a duas entradas, juntam-se para conduzir a uma câmara funerária que abriga o sarcófago desprovido de ornamentos e inscrições
  2. pilares de granito que exprimem maravilhosamente a austeridade grandiosa do Antigo Império
  3. certos blocos atingem enormes dimensões, pesando alguns deles mais de 150 toneladas
  4. este templo, considerado como o da esfinge durante muito tempo, é o único santuário deste tipo e desta época que chegou até nós em bom estado de conservação
  5. o nome de Quéfren encontra-se gravado no alto das duas portas da entrada do templo
  6. ao entrar tem a nítida impressão de avançar para um labirinto, composto por pedras gigantes
  7. 23 estátuas de alabastro de Quéfren haviam sido instaladas


A esfinge
O templo alto de Quéfren, naturalmente destruído, devia ser enorme, ao julgar por vestígios tais como um bloco de 425 toneladas. Estima-se que sua fachada atingia 130 m. Talvez Quéfren tenha acrescentado a esfinge a estas obras monumentais. Os textos antigos nada nos dizem sobre ela. Nenhuma inscrição do Antigo Império fala na esfinge – que está situada a sudeste da grande pirâmide, voltada para leste, um leão com cabeça humana e uma peruca ritual, 20 m de altura e 57 m de comprimento. Alguns analista consideram o rosto de Quéfren na esfinge, que foi considerada um protetor da necrópole de Gizé, guardando orgulhosamente o repouso dos mortos e afastando os espíritos maléficos. A esfinge um leão, é o símbolo do rei. Leões presidiam ao nascer e ao por do sol para que o ciclo solar se realizasse harmoniosamente. Afirmava-se que o felino tinha um olhar tão penetrante de noite como de dia e nunca fechava os olhos. Por isso as esfinges eram colocadas diante de templos e sepulturas. O Novo Império identifica a esfinge com o deus Harmakhis, que significa "Hórus no horizonte".

A esfinge foi constantemente ameaçada pelas areias. O rei Tutmósis IV libertou-a e talvez Ramsés II tenha pedreiros de elite encarregados de efetuarem reparações. Foi alvo de fervor popular até o final do paganismo (séc. IV d.C). No século II os romanos restauraram a calçada do pátio, e a eles se deve também o revestimento das patas do animal. A mutilação do rosto deve-se a um emir árabe que bombardeou a esfinge a tiros de canhão.

Monumento único, a esfinge é enigmática. Teremos que esperar que descobertas de ordem textual ou arqueológica venham um dia elucidar a idade e o significado do protetor do planalto de Gizé.

Fonte: 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq

domingo, 9 de agosto de 2009

El Fayun

Uma província situada no Delta do Nilo, a 130 km do Cairo. É um imenso oásis no deserto a 30 km oeste do Nilo. Com uma extensão de 1270 km2, seus campos são irrigados graças ao um canal que provém do Nilo, el Bahr Yussef "Canal de José" que corre durante 100 km paralelo ao rio Nilo por uma depressão no deserto a leste do vale, uma grande superfície de água doce na antiguidade, mas atualmente de dimensão mais reduzida. O canal originalmente foi um projeto de irrigação dos faraós tebanos, restaurado por Saladino, sultão do Egito do século XII.

Graças ao "Canal de José" a partir da 12ª dinastia, El Fayun se tornou uma região agrícola. Sua fertilidade depende da água obtida de seus mananciais, e a terra cultivada está constituída pelo limo do rio Nilo.

A sudoeste de Fayun, a província, estão a depressão de Gharak, Uadi Rayan (estéril). Toda a região está abaixo do nível do mar, exceto a entrada do "Canal de José" que está rodeado por colinas líbias. A parte mais baixa da província é o extremo noroeste, que está ocupada pelo Lago Birket Qarun – 43 m abaixo do nível do mar Mediterrâneo.


________História________________________________

Na antiguidade era o 21º nomo do Alto Egito. Sua capital foi chamada Shedet ou Per-Sobek, «Casa de Sobek» na época dos Ptolomeus seu nome foi Crocodinópolis e depois Arsinoe.

Recebeu particularmente atenção dos soberanos da 12ª dinastia que foram os promotores dos amplos trabalhos de canalização e melhora da região que se converteu em uma região agrícola de primeira importância no Egito desde o Império Médio. A principal divindade venerada na região foi o deus Sobek.

HOJE a região é uma das mais férteis do Egito e produz:
  • algodão
  • linho
  • arroz
  • cana de açúcar
  • rosas
  • laranja
  • uvas
  • azeitona, etc...

Fonte: Wikipédia

sábado, 8 de agosto de 2009

Nomos



Nomo era uma divisão administrativa do Antigo Egito. A palavra nomo deriva do grego nomos (plural: nomoi). Para se referirem a estas regiões administrativas os egípcios usaram primeiro a palavra sepat e mais tarde, durante o período de Amarna, qâb.

O número de nomos variou ao longo da história egípcia entre os trinta e cinco e os quarenta e dois. Cada nomo tinha a sua capital (niwt), um emblema próprio, um número e uma divindade tutelar, à qual era dedicado um templo. Cada nomo dispunha igualmente das suas próprias regras e de festas locais.

A existência de nomos no Antigo Egito remonta ao período pré-dinástico, quando várias cidades se uniram para formar um território unificado sob determinado poder.






Os nomarcas
À frente de cada nomo encontrava-se o nomarca (em egípcio, heri-tep a'a). Este cargo foi em geral hereditário, embora em teoria o faraó podia nomear quem entendesse para desempenhar o cargo. Em geral, quando o poder real era sólido, era o faráo que nomeava o nomarca. Em outros casos, como na altura das guerras civis ou de invasões estrangeiras, os nomos organizavam-se por si próprios, colocando à frente do governo o filho do último administrador. Os nomarcas eram responsáveis pela organização do exército ao nível local.

Nomos do Baixo Egito
  1. Muro branco (Aneb-Hetch) – área de Mênfis; capital: Mennefer(Mênfis); deuses: Ptah, Sokar e Ápis
  2. Perna dianteira (Khensu) – capital: Sekhem(Letópolis); deus Kherti
  3. Oeste (Ament) – nordeste do Delta; capital: Iamu ou Pernebiamu(Apis); deusa Hathor
  4. Escudo do Sul (Sapi-Res) – sudeste do Delta; capital: Djeka; deusa Neit
  5. Escudo do Norte (Sapi-Meh) – da área de Sais até à costa; capital: Sau(Sais); deusa Neit
  6. Touro da Montanha (Khaset) – do Delta Central até a costa; capital: Hasuu (Xois); deus Ré
  7. Arpão Ocidental (A-ment) – nordeste do Delta ao longo do braço do rio onde fica Roseta; capital: Perhanebamentet; deus Ha
  8. Arpão Oriental (A-bt) – este do Delta ao longo do Uadi Tummilat até aos lagos de Bitter; capital: Tjeku; deus Atum
  9. Andjeti (Ati) – do Delta Central até Busíris – capital Andjeti; deuses: Osíris de Djedu, Andjeti
  10. Touro Negro (Ka-khem) – sudeste do Delta nas proximidades de Atribis; capital: Huttaheriib; deus Hórus
  11. Touro de Contagem (Ka-heseb) – centro-este do Delta; capital: Heseb; deuses: Tefnut, Chu, Mahés de Leontópolis
  12. Vitela e Vaca (Theb-ka) – nordeste do Delta de Sebenitos até à costa; capital: Tjebneter(Sebenitos); deus Anhur
  13. Ceptro da Prosperidade (Heq-At) – sudeste do vértice do Delta; capital: Iunu(Heliópolis); deuses: Atum e Mnévis
  14. O Primeiro do Oeste (Khent-abt) – da fronteira este litoral do Delta até Pelúsio; capital: Mesen ou Tjaru(Sele, Tânis); deus Set
  15. Íbis (Tehut) – nordeste do Delta ao longo do braço do Nilo junto a Damieta; capital: Perdjeutiuehui(Hermópolis Parva); deus Tot
  16. Peixe (Kha) – nordeste do Delta de Mendes à costa; capital: Djedet(Mendes); deus Banebdjedet
  17. Behedet (Semabehdet) – da costa do nordeste do Delta até ao oeste do braço do Nilo de Damieta; capital: Semabehdet; deuses: Hórus e Behedet
  18. Príncipe do Sul (Am-Khent) – nordeste do Delta perto de Bubástis; capital: Perbast(Bubástis); deusa Bastet
  19. Príncipe do Norte (Am-Pehu) – nordeste do Delta incorporando Tânis; capital: Imet; deusa Uadjit de Nabecha
  20. Falcão plumado de Supedu (Sopedu) – nordeste do Delta; capital: Perseped; deus Spedu

Nomos do Alto Egito
  1. Terra do Arqueiro (Taseti) – da 1ª catarata do Nilo até Djebel el-Silsila; capital: Abu (Elefantina); deuses: Ísis, Sobek, Haroéris, Khnum, Satet e Anuket
  2. Trono de Hórus (Thes-Hor) – área de Edfu; capital: Djebu e Behedet(Apolinópolis); deus Hórus de Mesen
  3. Santuário (Nejen) – de Hieracômpolis até ao norte de Esna; capital: Nekhen; deuses: Hórus de Nekhen, Nekhebet de El-Kab, Khnum, Neit de Esna
  4. Ceptro (Waset) – Armant e área tebana; capital: Uaset(Tebas); deuses: Montu, Amon, Mut, Khonsu, Sobek de Sumenu
  5. Dois Falcões (Herui) – área nas proximidades de Copto; capital: Coptos; deuses: Min de Coptos, Set de Nubet
  6. Crocodilo (Aa-ta) – da maior parte do este até a curva oeste do Nilo; capital: Iunet(Dendera); deusa Hathor
  7. Sistro (Seshesh) – nas proximidades de Nag Hammadi; capital: Hut-sekhem(Diospolis Parva); deus Bat
  8. Terra Grande (Taur) – áreas nas proximidades de Abidos; capital: Abidos; deuses: Osíris, Anhur, Khentamentiu
  9. Andjeti – do Delta Central até Busíris; capital: Andjeti; deuses: Osíris de Dejdu, Andjeti
  10. Touro Negro (Ka-khem) – sudeste do Delta nas proximidades de Atribis; capital: Huttaheriib; deus Hórus
  11. Set – margem oeste do Nilo, perto de Deir Rifa; capital: Chas-hotep; deus Set
  12. Vitela e Vaca – nordeste do Delta de Sebenitos até a costa; capital: Tjebnerter(Sebenitos); deus Anhur
  13. Alto Sicômoro e Víbora (Atef-Khent) – margem oeste do Nilo, perto de Assiut; capital: Saut; deuses: Upuaut e Anup
  14. Baixo Sicômoro e Víbora (Atef-Pehu) – vizinhança de Meir e el-Qusiya; capital: Hhis; deusa Hathor
  15. Lebre (Un) – área perto de el-Ashmunein e Antinoópolis, com Amarna; capital: Kemnu; deuses: Tot de Hermópolis, Ogdoade e Aton
  16. Orix (Meh-Mahetch) – de Beni-Hassan até ao norte de el-Minia; capital: Hebenu; deus Pakhet
  17. Chacal (Anpu) – vizinhança de Samalut; capital: Henu; deus Anupu
  18. Anti (Sep) – da margem este do Nilo incluindo el-Miba até el-Lahun; capital: Hut-nesu; deus Set
  19. Dois Ceptros (Uab) – margem oeste do Nilo de el-Bahnasa até Biba; capital: Piemdje; deus Set
  20. Sicômoro do Sul (Atef-Khent) – margem oeste do Nilo nas proximidades de Beni Suef; capital: Henen-nesut; deus Herichef
  21. Sicômoro do Sul (Atef-Pehu) – margem oeste do Nilo nas proximidades de el-Uasta e Medeidum; capital: Semen-hor(Crocodilopolis, Arsinoe); deuses: Knhum, Seneferu
  22. Faca (Demt) – ao longo do deserto de Aftir em direção a Mênfis; capital: Per-lhet; deusa Hathor


OBS.: as traduções de alguns nomes dos nomos em egípcios e gregos, aparecem diferentes a cada site pesquisado.



Fonte: Wikipédia e La Tierra de los Faraones

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A igualdade entre os sexos no Egito Antigo

A igualdade entre os sexos, um dos valores essenciais da civilização faraônica, desapareceu com Ptolomeu Filopátor (221-205 a.C), que reduziu a mulher egípcia à categoria da mulher grega. Impondo-lhe um tutor para todos os atos jurídicos ou comerciais.

Um outro passo foi dado pelo cristianismo. Tertuliano tomou uma posição radicalmente hostil à mulher, à qual "não é permitido falar na igreja, nem ensinar, batizar, fazer oferendas, reclamar uma parte de uma função masculina, ou recitar qualquer ofício sacerdotal". Cristianismo, judaísmo e islão procederão neste sentido, mantendo as mulheres num estado de inferioridade espiritual.

No tempo dos faraós, os direitos das mulheres egípcias não foram igualados em parte alguma até a Primeira Guerra Mundial, e mesmo assim, há que restringir essa moderna reconquista a alguns países e ao campo social e econômico. No campo espiritual os pontos altos atingidos pelas egípcias nunca mais foram desde a extinção da civilização faraônica, seus valores eram demasiados amplos, ricos e criativos para serem contidos em religiões dogmáticas.

As egípcias conheceram um mundo em que a mulher não era adversária nem rival do homem. Um mundo que lhes permitia desabrocharem como esposas, mães, trabalhadoras e iniciadas nos mistérios do templo, sem perderem a sua identidade a favor do homem. Um mundo em que o domínio do sagrado lhes era acessível na sua totalidade.

A deusa Nut, engole o Sol poente e gera o levante. Nela se reproduz, todas as noites, a alquimia da Criação; e todas as manhãs faz nascer uma nova luz. Com ela aparecem todos os seres vivos, que nela mesma se realizam.

Essa percepção do papel da mulher celeste, das deusas, da popularidade feminina da Criação, esteve na origem do respeito que a civilização faraônica manifestou pelas mulheres e do papel que lhes foi atribuído na sociedade, de grande esposa real a dona de casa, de Divina Adoradora a serviçal.

Quando contemplamos Ísis magnetizando "o doador de vida" (o sarcófago), Nefertiti contemplando o Sol, uma convidada num banquete tebano, uma portadora de oferendas do Antigo Egito, a serenidade luminosa de Nefertari, o sorriso de Maât, como poderíamos esquecer as mulheres egípcios por um instante que seja?

Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

sábado, 1 de agosto de 2009

Unas

Unas foi o último faraó da 5ª dinastia. Reinou durante cerca de 30 anos, provavelmente entre 2375 e 2345 a.C, mas desconhecem-se muitos pormenores sobre a sua época. Durante o seu reinado o comércio externo esteve ativo, como mostram inscrições na ilha de Elefantina, onde se pode ver uma girafa, um animal exótico no Egito. Conhecem-se também várias cenas de guerra, mas estas parecem ter servido como propaganda oficial, não refletindo conflitos verdadeiros.

Construiu uma pequena pirâmide no complexo de Saqqara, a noroeste da pirâmide em degraus do rei Djoser, cujas paredes interiores estão cobertas com inscrições (hinos, feitiços...) que visavam ajudá-lo no Além. Estas e outras inscrições em túmulos de reis posteriores são denominadas como "Pirâmide Textos" e constituem para os investigadores modernos uma importante fonte para o conhecimento da antiga religião egípcia.

Julga-se que teve duas esposas: Khenut e Nebit, cujos túmulos são duas mastabas fora do seu complexo funerário. Este fato estranho, dado que seria de esperar que os seus túmulos fossem dentro do complexo.

Unas morreu sem deixar um herdeiro do sexo masculino capaz de governar, apesar de se acreditar que teve um filho, Ptah-Chepses. Em consequência seguiu-se um pequeno período de anarquia depois de sua morte, antes da subida ao trono de Teti, considerado o primeiro rei da 6ª dinastia. Teti casou com Iput, talvez filha de Unas, ato que certamente o teria legitimado como rei.

Com sua morte, a 5ª dinastia chegou ao fim, de acordo com Manetho, e também com a falta de herdeiros. Além disso, a 'Lista de Turim' insere uma pausa, neste ponto, que nos dá algumas pistas com:
  • a mudança de localização da capital e da residência real

Teti casado com a rainha Iput, que se acredita ter sido a filha de Unas, mostra não haver grande ruptura com a anterior dinastia. Uma porta em granito rosa no templo funerário de Unas, ostenta a inscrição dos nomes e títulos de Teti, o que indica que parte do templo foi concluído após sua morte. A ruptura entre as duas dinastias pode ter sido mais como um ato oficial.

A Pirâmide
Ele construiu uma pequena pirâmide em Saqqara. O seu interior é decorado com numerosos acontecimentos do seu reinado, assim como várias inscrições. Foi a primeira aparição das "Piramide Textos". Estes textos contém versos e feitiços. A "Pirâmide Textos" foram destinadas a ajudar o rei na superação das forças hostis e poderes no outro mundo e assim, juntar-se ao Sol deus Ra, o seu divino pai na outra vida. O rei, então, passa seus dias na eternidade velejando com Ra em todo o céu em um barco solar.

A Pirâmide do complexo de Unas está localizada em Saqqara, perto do Cairo. Inicialmente conhecida como "bonito são os locais de Unas" está arruinada, e mais parece uma pequena colina do que uma real pirâmide.

Textos que cobrem as paredes das câmaras funerária, juntamente com outros encontrados nas proximidades das pirâmides estão agora conhecida como a "Pirâmide Textos". Próximo a pirâmide, ao nordeste, existem mastabas que contêm as câmaras funerárias das esposas do rei.

Fonte: Wikipédia

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

Comentários