quinta-feira, 11 de junho de 2009

Uraeus

Uraeus é o termo comum aplicado ao Ārār, adorno em forma de serpente ostentado em coroas dos deuses e faraós do antigo Egito, ergue-se também sobre os monumentos que deveriam ser protegidos. A cobra, pronta para o ataque, com o pescoço dilatado, foi dada aos homens pelo deus-Sol. 




Uma lenda conta que o deus criador, na origem do mundo, foi privado de seu olho. envia então seus mensageiros divinos Shu e Tefnut à sua procura. Tão longa foi a sua ausência que substitui o infiel. "O Olho" enfim de volta, derrete-se em lágrimas ao ver que seu lugar fora ocupado. Os homens assim nasceram de suas lágrimas. E para apaziguar "O Olho", o transforma em «serpente-uraeus» e o coloca na fronte como símbolo de seu poder para combater os rebeldes, e como símbolo da invencibilidade de seu poder, já que os egípcios encaravam a cobra como um símbolo de soberania, também pode ser vista, algumas vezes, sobre a cabeça da deusa Ísis.



A serpente-uraeus se identifica com a deusa Wadjit, divindade tutelar do Baixo Egito também conhecida como: 

1. Wadjyt 
2. Wadjet
3. Uadjet 
4. Uajit 
5. Uajyt
6. Uazet 
7. Uatchet 
8. Uto 
9. Buto  
10. Edjo
 






Representada como: 
  • uma naja usando a coroa vermelha do Baixo Egito, a forma mais comum; 
  • uma mulher usando a coroa vermelha; 
  • uma mulher com cabeça de naja; 
  • como uma naja alada; 
  • uma mulher com cabeça de leoa, raramente; 
  • uma leoa, o que era usual para as divindades associadas ao olho de Rá 
Quando representada sob a forma de leoa, usava o disco solar e o uraeus sobre a cabeça. Seu principal centro de culto era a cidade de Buto, no delta, de onde era originária.


Uraeus significa aquela que se ergue, seu nome significa "Aquela que é Verde" ou "Aquela do Papiro". Na proteção ao rei ela se erguia em sua fronte pronta a injetar veneno em seus inimigos e formava par com a deusa abutre Nekhbet, divindade do Alto Egito. Wadjit era inicialmente uma deusa local em Buto (Per-Wadjit — a cidade de Wadjit), mas seu culto cresceu a ponto dela se transformar na divindade tutelar de todo o Baixo Egito e de receber os títulos de "O Olho de Rá" . Por sua associação com o deus-Sol era considerada uma divindade do calor e do fogo, o que aumentava seu papel como deusa protetora, já que podia usar não apenas veneno, mas também labaredas contra os inimigos do rei.


– A terrível Naja também tinha facetas mais brandas:  
  • tida como protetora das crianças  
  • da hora do parto  
  • uma estreita ligação sua com a natureza 
Nos 'Textos das Pirâmides' afirma-se que a planta do papiro emerge dela e que ela está ligada às forças do crescimento vegetal. Também se acreditava que ela pessoalmente havia criado os pântanos de papiro. Wadjit surge em algumas passagens lendárias: 

Quando, Ísis estava procurando as partes do corpo de Osíris, escondeu seu filho Hórus nos pântanos do delta sob os cuidados da deusa, que inclusive, ajudou a alimentá-lo
Quando Hórus usa o disco solar alado para procurar e derrotar os aliados de Seth, a deusa o acompanha. Essa é uma das origens da ligação da deusa com o faraó, já que os egípcios acreditavam que o faraó era o Hórus vivo

Ela não apenas protegeu Hórus em sua luta, mas também protegia o faraó desde a infância até a morte. Representava a mãe mítica do rei e, em algumas figurações, podia aparecer amamentando-o.

Wadjit era tida como esposa de Hapi, o deus do Nilo. Entretanto, em Buto era considerada esposa de Ptah e mãe de Nefertem (em lugar de Sekhmet ou Bastet), provavelmente por causa do aspecto de leoa que podia assumir. 

A quinta hora do quinto dia de cada mês era consagrada a ela e havia várias festas em sua honra. Em ordem cronológica: 
  1. a primeira ocorria no 10.º dia do 6.º mês do ano egípcio, denominado mechir, correspondente ao nosso 25 de dezembro; 
  2. outra acontecia no 7.º dia do 10.º mês do ano egípcio, denominado payni, correspondente ao nosso 21 de abril; 
  3. as festividades maiores, entretanto, ocorriam no 11.º mês do calendário egípcio, denominado epiphi, mês de colheita, correspondendo ao período entre meados de maio e meados de junho do nosso calendário; 
  4. finalmente, havia outra cerimônia no solstício de verão, no 8.º dia do 12.º e último mês do ano egípcio, denominado mesore, correspondendo ao nosso 21 de junho. 

A partir da 18ª dinastia (c. 1550 a 1307 a.C) a deusa começou a ser representada como protetora das mulheres reais e muitas das rainhas principais, passaram a usar coroas com vários minúsculos uraei.

Origem:  O Fascínio do Antigo Egito   e   Wikipédia

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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