segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vale das Rainhas

O Vale das Rainhas – necrópole do Antigo Egito localizada na margem ocidental do rio Nilo, em frente a cidade de Luxor (antiga Tebas), no Alto Egito. Neste local foram sepultadas rainhas, príncipes e princesas do tempo da Império Novo, sobretudo das XIX e XX dinastias.
Os antigos egípcios atribuíram diversos nomes ao local, entre os quais Taset-Neferu "o lugar da beleza", Tainet-aat "o grande Vale" e Taset-resit "o Vale do Sul", porque é situado a sul do Vale dos Reis.


Durante a 18ª dinastia, príncipes, princesas e seus educadores foram enterrados no local que ainda não era o Vale das Rainhas, tradicionalmente só se enterravam ali personagens da corte, em simples poços funerários. No início da era ramessida aparece uma inovação fundamental – a rainha Sat-Re "a filha da luz divina", grande esposa real de Ramsés I, mãe de Sthi I e avó de Ramsés II, decide mandar escavar a sua morada eterna nesse local, que recebeu o nome de "lugar da regeneração espiritual". Seu túmulo é pequeno, suas paredes ostentam uma decoração simbólica que faz dele o equivalente de uma morada eterna do Vale dos Reis. As figuras das divindades são traçadas com elegância, a pintura é apenas esboçada, mas o tom é dado: a rainha encontra criaturas do Além, tendo de conhecer os seus nomes para dominá-las.




No Vale das Rainhas existem cerca de oitenta túmulos, o mais famoso da necrópole é o da rainha Nefertari, uma das esposas principais do faraó Ramsés II, foi alvo de restauração durante vinte anos, tendo sido reaberto ao público, embora em circunstâncias restritivas (permite apenas um certo número de visitantes por alguns minutos).





Mesmo com as irremediáveis destruições dos túmulos, alguns deles, como o da rainha Titi, contém ainda cenas muita belas, numa delas encontra Hathor, a «divina protetora do Vale», que lhe oferece a água da regeneração. Na capela da princesa Nebet-Tauy "filha" de Nefertari, um relevo mostra a jovem mulher com uma coroa que comporta um sol no meio de duas grandes plumas, estendendo o braço sobre um altar carregado de oferendas; tem na mão o cetro que lhe permite consagrar essa oferendas, purificando-as e consagrando a sua essência imaterial. Esse ato ritual é habitualmente praticado pelo faraó.

Os túmulos do Vale das Rainhas tem sido estudados desde o século XIX. Grande parte deles foram escavados por Ernesto Schiaparelli no período compreendido entre 1903 e 1905. De uma forma geral, apresentam uma pequena antecâmara que comunica com a câmara funerária através de um corredor estreito. Em alguns casos, verifica-se a existência de compartimentos laterais de dimensão reduzida que serviam para abrigar mobiliário funerário.


Algumas tumbas:
  1. Sit-re, esposa de Ramsés I
  2. Pa-ra-her-unemef, filho de Ramsés III
  3. Seth-her-khopesef, filho de Ramsés III
  4. Khaemwaset E, filho de Ramsés III
  5. Princesa Ahmose, filha de Taá II e Sitdjehuti
  6. Rainha Iset Ta-Hemdjert, esposa de Ramsés III, mãe de Ramsés VI
  7. Rainha Tyti, esposa de Ramsés X
  8. Príncipe Ramsés B, filho de Ramsés II
  9. Príncipe Amen-her-khepeshef, filho de Ramsés III
  10. Rainha Nebet-tawy, filha de Ramsés II
  11. Rainha Nefertari, esposa de Ramsés II
  12. Rainha Meritamon, filha de Ramsés II e Nefertari
  13. Rainha Bint-anat, filha de Ramsés II e Isetnefert
  14. Henutmire, filha ou irmã de Ramsés II
  15. Rainha Toya, esposa de Seti I e mãe de Ramsés II
  16. Ahmose esposa de Tutmés I, mãe de Hatchepsut
Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq  e  Wikipédia, a enciclopédia livre

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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