segunda-feira, 11 de maio de 2009

A descoberta do túmulo de Tutancâmon





A descoberta do túmulo intacto de Tutancâmon é o principal acontecimento arqueológico do século XX. Howard Carter e Lord Carnarvon descobriram-no em 1922, quando estavam prestes a abandonar os trabalhos por causa dos custos elevados.








"Vejo coisas maravilhosas". Foram essas as palavras do arqueólogo Howard Carter quando comtemplou pela primeira vez o interior do túmulo. Depois de anos de busca e de trabalho duro, seu esforço foi recompensado com a mais extraordinária descoberta da egiptologia. Howard Carter, de origem humilde, começou do nada para chegar a inspetor dos monumentos do Alto Egito. Posteriormente, trabalhou com Lord Carnarvon, um apaixonado por antiguidades e pelo risco, que conseguiu autorização para escavar no Vale dos Reis. Seu objetivo era encontrar o túmulo de Tutancâmon, um faraó quase desconhecido, cujo nome tinha sido riscado das listas reais. Contra qualquer prognóstico e com a ameaça de se ver obrigado a interromper os trabalhos por causa dos elevados custos, Carter começou a escavar um povoado próximo dos túmulos. Qual não foi sua surpresa quando, debaixo das casas, descobriu a entrada de um túmulo com o selo de Tutancâmon.

O túmulo de Tutancâmon é um dos menores do Vale dos Reis, e foi terminado muito às pressas. Contudo, suas câmaras foram abastecidas com todos os objetos que se acreditava que o jovem faraó, falecido em 1337, poderia necessitar no outro mundo. O aspecto que o túmulo apresentava aos arqueólogos quando o descobriram era caótico. Os objetos estavam uns em cima dos outros e enchiam as câmaras. Antes de serem trazidos à superfície, todos os elementos foram classificados e documentados. Devido à riqueza do material funerário, Carter explica no seu relato da descoberta que foram necessários 50 dias para retirar o conteúdo das câmaras.



O Vale dos reis – os enterros da maioria dos faraós do Novo Império foram realizados nesta zona de Tebas. Apesar de se acreditar, no início do século XX, que o Vale dos Reis já não guardava segredos, Carter encontrou ali o túmulo de Tutancâmon.

Vaso de alabastro – encontrado numa das câmaras, esse vaso era destinado a conter perfumes, cuja forma representa a união do lótus e do papiro, plantas que simbolizam, respectivamente o Alto Egito e o Baixo Egito. 
Os santuários funerários – quando Carter entrou na câmara sepulcral, encontrou quatro santuários de madeira dourada. Encaixados uns dentro dos outros, guardavam o ataúde e os três sarcófagos do soberano.

Os sarcófagos – no interior dos santuários funerários apareceu um grande ataúde de quartzite, um sarcófago de madeira coberto com folhas de ouro. Devido ao seu tamanho, deduziu-se que havia outros sarcófagos encaixados dentro dele. De fato, continha outros também de madeira dourada, ainda mais ricos. 


















– Foi encontrado também:

Amut, a devoradora – uma imagem dessa divindade com corpo formado por partes de hipopótamo, crocodilo e leoa. Comia a alma do defunto pecador.

Caixa portátil – caixa com alças laterais, que podia ser usada como mala de viagem.
Caixas de madeira – da cor branca com etiquetas utilizadas para guardar comida para o Além.

Arca dourada – para guardar o vestuário do faraó. Nas inscrições desejava-se vida eterna.









Vaso de alabastro para perfumes



O selo do túmulo
Depois de o defunto ser colocado no túmulo, este era fechado e selado para que ninguém entrasse. Os selos eram de argila e tinham gravado o nome do personagem, assim como várias imagens que faziam referência à necrópole. Dentro da câmara funerária do túmulo de Tutancâmon, Carter encontrou 4 santuários. O primeiro tinha sido arrombado, mas o segundo ainda continha o selo. Nele se vê um chacal, que representa o deus Anupu, guardião das necrópoles, e 9 personagens cativos, ajoelhados e com as mãos atadas as costas.



Fonte: Egitomania -fascículos 2001

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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