quarta-feira, 29 de abril de 2009

Perfumes egípcios

O perfume estava no centro da estética e da terapia para homens e mulheres no Egito antigo. Embora as técnicas usadas não fossem em sua maior parte registradas, os historiadores se baseiam na literatura dos escritores, das pinturas e dos produtos manufaturados gregos e romanos para determinar a produção, o relevo, as formas e os usos do perfume nesta era tão fascinante.


O ato de fazer o perfume foi considerado uma arte no Egito Antigo. O artesão era considerado um artista e a profissão estava aberta para as mulheres assim como para os homens. O procedimento de fabricação e da extração do perfume pode ser determinado por relevos nas paredes dos túmulos de Petosiris. Isto mostra que a fabricação do perfume teve um supervisor, os trabalhadores que completaram a extração e um verificador profissional que completava o rigoroso teste usando o sentido do cheiro.

Os relevos igualmente detalham dois processos de extração:
  1. O primeiro processo mostrado era um processo mecânico antigo de extração que era similar à produção de vinho. Isto exigia um grande saco e duas equipes de funcionários que eram usados para prensar. 
  2. O segundo método era uma forma de extração com o auxílio do calor e embebido em álcool. Os processos são versões antigas das técnicas modernas da extração do perfume que somente avançaram em termos de equipamentos disponíveis e em ingredientes sintéticos. 

Os relevos mostram igualmente 'red berries' derramadas de um recipiente que mostra em detalhes a natureza dos produtos usados para extrair perfumes diferentes. Os ingredientes usados no perfume eram geralmente plantas originais como henna e canela. O filósofo naturalista da antiguidade, idoso Plínio, registrara perfumes florais como: 
  • a íris, 
  • a amêndoa amarga e 
  • os lírios em sua história natural como sendo usado em abundância 
  • a Mirra que é uma resina dos arbustos e de outras madeiras aromáticas também foram usadas as gorduras animais tais como o 'musk', também foram registradas como sendo usadas em alguns perfumes. 
Entretanto, os Egípcios tinham gostos tipicamente exóticos, e além do cultivo caseiro, também importaram compostos aromáticos tais como o 'landanum' da Arábia e do Leste Africano, o 'galbanum' da Pérsia, e o 'frankincense' devido às tentativas mal sucedidas de cultivá-lo em climas egípicios. O fato dos ingredientes serem importados mesmo em épocas antigas mostra a importância do perfume. As variedades importadas eram caras e inicialmente reservadas para o uso dos deuses ou somente para exportação.

As gravuras arqueológicas escavadas mostram que das épocas antigas a mistura e a quantidade de perfume eram tão importantes quanto o tempo que o perfume duraria. O perfume era um material principal da exportação em épocas antigas com vários países disputando para produzir o de mais alta qualidade. O idoso Plínio descreveu um perfume egípcio que mantinha sua fragrância após oito anos, e o estudioso botânico grego da antiguidade, Dioscorides, concordou que o perfume egípcio era bem superior aos outros feitos por outras civilizações.


Os nomes dos perfumes egípcios geralmente eram da cidade de produção ou do ingrediente principal. 
O armazenamento era feito em vidros ou em embalagens de pedra, sendo o 'alabastro' o mais procurado. 
A decoração era feita frequentemente com ornamentações modernas refletindo a funcionalidade e a atração. 


O perfume era queimado como o incenso, segundo os documentos originais do reino de Tutmés lll que detalhavam variedades diferentes tais como o incenso verde e o incenso branco. O perfume era usado por razões estéticas, sob a forma das infusões líquidas baseadas em óleo, ou cera e gordura para cremes. Isto sugere que havia uma finalidade medicinal reconhecida.

O perfume era principalmente para as classes da elite até a idade dourada. Foi usada pelos reis que acreditavam ser de origem divina enquanto se acreditava que os deuses favoreciam o perfume. Os altos funcionários usavam perfume quando eram promovidos para cargos importantes para pedir favores dos deuses.

O incenso foi usado para esconder o cheiro do sacrifício animal durante as cerimônias. Os bálsamos eram tidos como medicinais assim como se pensava que o perfume servia para repelir os demônios e ganhar o favor dos deuses. O perfume também era uma parte importante de ritos da morte e do enterro. Os corpos eram perfumados durante a mumificação como se acreditava que a alma visitaria os deuses e assim o perfume repeliria os demônios. Interessante saber que após 3.300 anos da morte de Tutankhamon, a fragrância ainda podia ser detectada em seu túmulo.

Origem: www.PoloMercantil.com.br

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Cleópatra (69 – 30 a.C) era conhecida por seus banhos perfumados e seus cuidados com a pele e beleza, sempre explorando matérias-primas curativas, composições como o kyphe óleos aromáticos como o de rosas.
Reza a lenda que suas conquistas amorosas resultavam não somente de sua beleza, mas também do envolvimento de seus amantes em seus aromas sedutores.
Segundo alguns, a rainha do Egito ordenava que colocassem essência de rosas nas velas de seu barco para que sua presença, ao navegar pelo rio Nilo, fosse notada.
Durante o período do Império Romano, Júlio César (100-44 a.C) e Marco Antônio (83-30 a.C) apaixonaram-se por Cleópatra (69-30 a.C), considerada uma expert na arte de se perfumar e seduzir.
Trinta anos após a morte da rainha do Egito, Jesus Cristo recebeu incenso e mirra, além de ouro, como presentes ao nascer.
Quase vinte anos após sua morte, romanos aperfeiçoaram a arte de fabricação do vidro e fizeram grandes importações de incenso e mirra do Oriente. (marcosabino.com)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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