segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nefertiti o poder da beleza

A beleza de Nefertiti era tal que outros aspectos da sua personalidade foram eclipsados pela sua aparência física. Contudo, a importância política e religiosa dessa rainha se evidência nas representações de sua imagem.


Devido à escassez de documentos, a figura de Nefertiti está envolta em mistério. Não se sabem quem foram os seus progenitores, embora pudesse ser filha da que se conhece como sua ama de leite, Tyy, e do funcionário Ay. Casada com Akhenaton, logo se tornou evidente que a rainha não se limitaria a desempenhar o papel de esposa real. Akhenaton conferiu-lhe poder, e a influência dela chegou a ser tão grande que chegou a ser representada com a coroa dupla, símbolo do poder do faraó. Tal como o seu nascimento, a sua morte é motivo de controvérsia. Por volta do ano 1352, duodécimo do reinado de Akhenaton, o nome de Nefertiti desaparece da cena política. A causa desse desaparecimento foi a sua morte ou teria o seu lugar sido ocupado por outra das esposas de Akhenaton?

A Família real na intimidade
No Antigo Egito, as representações da família real caracterizam-se pela rigidez e pela ausência da expressão de sentimentos. Só as pinturas e os baixos-relevos de caráter não oficial é que mostravam cenas da vida cotidiana. Na época de Nefertiti, em contrapartida, as cenas familiares eram muito frequentes, sobretudo nas estelas, colunas com inscrições, que marcavam os limites da cidade de Akhenaton. Também se podem ver nos baixos-relevos de altares domésticos. Neles representava-se o casal real, mas o povo depositava a sua fé em Nefertiti e era ela que dirigia as preces.

Apesar de não sabermos como decorreu a maior parte da vida de Nefertiti, é indiscutível que participou ativamente da vida política do país, como o mostram várias representações suas conservadas até os nossos dias. Podemos vê-la oferecendo colares aos seus súditos da varanda do palácio, conduzindo o seu próprio carro e, inclusive, ferindo os inimigos com uma clava, imagens próprias dos faraós que reinavam. Também aparece em estelas de altares domésticos, às vezes junto à Akhenaton e, outras sozinha, fazendo ofertas a Aton. A adoração do povo por ela era tão grande que chegou a ser representada como deusa. Tudo leva a crer que tenha ocupado lugar de destaque, tanto no coração do faraó como no do povo, o que talvez tenha conseguido graças à sua extraordinária beleza.

A Necrópole da cidade de Aketaton
Em 1360, quarto ano do reinado de Akhenaton, o faraó mandou construir uma nova capital em um local ainda não habitado. A cidade hoje conhecida como Tell el-Amarna, chamou-se Akhetaton, que significa "o horizonte de Aton". O túmulo de Nefertiti ainda não foi encontrado.

A vida no palácio
O palácio de Nefertiti e Akhenaton situava-se no centro de Akhetaton, numa das principais ruas da cidade. As paredes eram de pedra, decoradas com pinturas murais de temas geométricos e figurativos. Não faltavam cenas da vida cotidiana.

A beleza da rainha
Várias esculturas mostram os padrões de beleza na época de Nefertiti: 
  • crânio alongado, 
  • feições estilizadas e 
  • olhos rasgados.

A moda nos tempos de Nefertiti

A rainha sendo uma mulher atualizada, aparece representada em pinturas e esculturas conforme a moda da época. Os vestidos, por influência do Oriente Próximo, eram plissados e transparentes. Feitos de linho, insinuavam as linhas do corpo feminino, embora as mulheres usassem outra peça de roupa por cima. Esta também plissada, era atada com um nó debaixo do busto, formando um drapeado em forma de leque. O toque final era uma peruca curta, como a que Nerfertiti costumava usar.




Nefertiti no poder
Nas estelas fronteiriças qualifica-se a rainha como "dama das graças" e "dotada de todas as virtudes". A beleza de Nefertiti deve ter causado sensação na corte. Os artistas fizeram vários modelos dela.

Um toque de vaidade

Nefertiti tal como muitas mulheres egípcias, maquilava-se com pigmentos naturais que, além de salientarem a beleza do rosto, tinham um valor profilático, pois eram uma proteção contra picadas dos insetos. Em caixas de madeira, guardavam-se frascos de alabastro contendo khol para delinear os olhos, com auxílio de um pauzinho, e também frascos de vidro com perfumes.




O retrato mais famoso
Quando os arqueólogos escavaram Tell el-Amarna, a antiga Akhetaton, encontraram muitas casas particulares. Numa delas, conhecida como oficina de Tutmés, foram encontradas muitas esculturas, entre as quais se destaca o busto de Nefertiti. A rainha está representada com alto adorno de cabeça azul que só ela podia ostentar, e os seus traços faciais são os que caracterizam a arte armaniana. O busto, que deve ter sido de modelo para outras esculturas, é a representação mais conhecida de Nefertiti e a que conferiu à rainha a fama de mulher bonita. Trata-se de uma obra inacabada – falta-lhe um olho – o que talvez se deva ao abandono precipitado da cidade quando o faraó morreu.

Fonte: Egitomania - fascículos 2001 e fotos: Wikipédia e http://wysinger.homestead.com

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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